Aula 01/2012 – OS FUNDAMENTOS DO CURSILHO – PARTE I


01 – OS FUNDAMENTOS DO CURSILHO – PARTE I

(27/Fevereiro/2012)

O que é o Cursilho de Cristandade? –: Sabemos todos que o Cursilho é, antes de tudo, um Movimento que visa prioritariamente a evangelização dos ambientes. Esta é a finalidade principal dos Cursilhos e não deve, em hipótese nenhuma, ser colocada em segundo plano. Como se trata de um movimento social e religioso, o Cursilho tem um Método muito bem elaborado e que constitui a sua espinha dorsal; portanto, não deve ser modificado jamais, sob pena do Movimento perder a sua identidade e se transformar em algo diferente, que não é o Cursilho. Torna-se necessário, pois, não querer modificar o Método sob hipótese alguma.
Entretanto, devido a algumas circunstâncias óbvias, como época, usos e costumes locais, condições sociais, grupo etário dos cursilhistas, etc., o Método permite que se façam adaptações para que se obtenha o máximo de aproveitamento possível. Fica claro que essas adaptações não são modificações do Método, e devem ser discutidas pelo GED e pelo Assessor Espiritual antes de serem aplicadas.
Como é mencionado no início dos três dias, uma definição única e exclusiva do Cursilho não é possível, uma vez que cada um compreende e acolhe o Movimento dentro de sua realidade particular. No entanto, sob o ponto de vista didático, entendemos que o Cursilho é um movimento de Igreja cristocêntrico que, através de um método próprio, leva à vivência do fundamental cristão, e cujo objetivo é a evangelização dos ambientes.

Breve histórico -: o Cursilho de Cristandadenasceu na Espanha, mais precisamente na ilha de Gran Mallorca. Como assinalou o bispo D. Juan Hervás, o Cursilho não tem um único autor, mas diversos autores, desde que a idéia primeira de sua realização foi aventada pelo leigo católico Eduardo Bonin, em 1944. Bonin teve a idéia de realizar pequenos cursos (“Cursillos” em espanhol) após participar de um curso preparatório seguido de uma peregrinação a Santiago de Compostela organizada pelo leigo e depois sacerdote Manuel Aparici. Muitos “protocursilhos” foram realizados de 1944 a 1949 sob a orientação de Eduardo Bonin até que, já organizado e aprovado pelas autoridades regionais, teve lugar o 1º. Cursilho de Cristandade em janeiro de 1949. A partir daí, o êxito dos Cursilhos foi tal que o Movimento se estendeu por toda a Espanha, pela Europa e depois pelo mundo. No Brasil, o 1º. Cursilho foi realizado na cidade de Valinhos, em 1962. Em Piracicaba, chegou no ano de 1967, pelas mãos do Bispo Diocesano D. Aniger Francisco Maria Melillo.

O carisma do Cursilho -: a palavra “carisma” significa, de uma maneira simplista, um dom, um presente que Deus concede a uma pessoa ou, no caso dos Cursilhos, a um Movimento. O carisma do Cursilho é a evangelização dos ambientes. Isso significa que, para obter pleno êxito, um cursilho deve promover a conversão espiritual do cursilhista e orientá-lo no sentido de trabalhar pela evangelização dos ambientes onde ele atua.
É um erro grave pensar-se que basta promover a conversão pessoal do cursilhista, que o restante se desenvolverá automaticamente. A conversão pessoal não se mantém sem um trabalho incessante de acompanhamento dos que fazem o Cursilho, sob pena de extinção da chama acesa no coração do cursilhista pelos três dias de retiro. Todos se lembram da história do braseiro e da brasa retirada dele. Essa brasa isolada vai apagar-se em pouco tempo. Por isso, é extremamente necessária a atenção dispensada aos novos cursilhistas após o cursilho.

Os tempos do Cursilho -: costumamos referir-nos ao Cursilho como se ele constasse apenas dos três dias de retiro. Talvez por isso temos tido tanta dificuldade em conservar a maioria dos cursilhistas dentro do nosso Movimento ou dentro dos grupos, ativos na comunidade. Esquecemo-nos que o Método do Cursilho prevê três diferentes tempos na sua realização: o Pré-cursilho, o Retiro e o Pós-cursilho.
O Pré-Cursilho: como o nome indica, é o tempo de preparação do candidato, que deve ser iniciado assim que ele aceita o convite. Embora o GED deva possuir uma comissão de Pré-cursilho, o trabalho inicial de preparação deve ser feito pelo(s) padrinho(s). Esse trabalho consta de uma explanação breve do que é o Movimento, sem detalhes específicos daquilo que o candidato irá encontrar lá dentro. Podem ser explicados os benefícios decorrentes do Cursilho, evitando-se falar de defeitos e problemas do candidato a serem corrigidos. Evitem-se também as assim chamadas “piedosas mentiras” que enganam o candidato, levando-o a ter uma falsa idéia pré-concebida do que é realmente o cursilho.
O setor de Pré-cursilho do GED deve auxiliar os grupos de cursilhistas na busca por candidatos e acolher esses candidatos em pelo menos uma reunião preparatória, onde serão expostos os diversos requisitos para a ida ao Cursilho e a organização do Movimento. Todas as dúvidas razoáveis dos candidatos devem ser desfeitas.
O Retiro: por retiro, entende-se os três dias do Cursilho, no Seminário (contamos três dias porque consideramos a sexta-feira, o sábado e o domingo. Na realidade, a duração do retiro é de dois dias exatos). O retiro é o período em que se processa a conversão dos candidatos e será detalhado em aulas posteriores.
O Pós-cursilho: como o Pré, o Pós-cursilho também deve ser efetuado em conjunto pelo(s) padrinho(s) do candidato e por uma comissão do GED encarregada de seguir esse candidato na sua nova visão de vida. Mais uma vez é necessário recordar a história do braseiro e da brasa isolada. Os padrinhos devem, sem exageros, mostrar seu interesse e sua disposição em auxiliar o novo cursilhista, denotando que não estavam apenas interessados em levá-lo ao Cursilho, mas que são realmente irmãos em Cristo.
Se o novo cursilhista ainda não possui grupo onde engajar-se, aparece o principal trabalho da comissão de Pós-cursilho do GED. Após a realização de cada cursilho, a comissão de Pós-cursilho deve reunir os novos cursilhistas e efetuar o seu engajamento nos grupos existentes ou propor a formação de novos grupos. Neste último caso, a comissão deve encarregar algum (ou alguns) de seus membros para acompanhar o novo grupo até que este se firme. É trabalhoso? Claro que sim. Mas é extremamente necessário. O Cursilho dificilmente sobreviverá sem os seus grupos.
Finalmente, mais dois encargos da comissão de Pós-cursilho: visitas regulares aos grupos e explicação aos novos cursilhistas daquilo que é a Escola Vivencial e porque ela é necessária.


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