ESCOLA VIVENCIAL DO GED DE PIRACICABA – 2020

CÉU, PURGATÓRIO E INFERNO

 

 16/Novembro/2020

O Novo Testamento fala do juízo principalmente se referindo ao nosso encontro final com Jesus Cristo na Parusia, ou seja na sua 2a. vinda. Mas por várias vezes afirma também a retribuição, imediatamente após a morte, de cada um em razão de sua fé e de suas obras. Este juízo é chamado de Juízo Particular, e será referendado no Juízo Final. A parábola do pobre Lázaro e as últimas palavras de Cristo ao bom ladrão, assim como outros textos do N.T. falam de um destino final da alma, que pode ser diferente para uns e outros.

Como será esse Juízo Particular? É simples ao extremo, embora pareça terrível num primeiro momento: a nossa vida será julgada em relação à vida do Cristo enquanto ser humano. A partir dessa comparação, teremos a retribuição que fizemos por merecer, seja para entrar na felicidade eterna, seja através de uma purificação necessária, seja para a condenação eterna.  Esses 3 diferentes destinos chamam- se Céu, Purgatório e Inferno.

      O Céu -: Os que morrem na Graça e na amizade com Deus, e que estão totalmente purificados, viverão para sempre com Jesus, no seio de Deus Pai, e serão semelhantes a Ele, porque o verão face a face, tal como Ele é (1Jo 3, 2).  A Igreja, através do Papa Bento XII, assim interpretou o Evangelho em relação a isso:

“… as almas de todos os mortos antes da paixão de Cristo, e de todos os fiéis mortos depois de receberem o batismo de Cristo, nos quais nada houve a purificar após sua morte, ou então, se houve ou há algo a purificar ainda, e se tiverem acabado de fazê-lo antes da ressurreição dos corpos e do Juízo Final, estarão no Paraiso Celeste com Cristo …”.

Essa vida perfeita na comunhão dos santos, junto à Virgem Maria e à Ssa. Trindade é chamada “céu”. Segundo a Teologia, quem viver no céu viverá “no Cristo”, mas lá conservarão, de certo modo, a sua identidade, embora libertados de uma vez dos liames terrenos. Santo Ambrósio dizia que “vida é, de fato, estar com Jesus Cristo; aí onde está Cristo, aí está a vida”.

Mas, mesmo considerados “puros”, só conseguimos estar no Céu porque, pela sua morte e ressurreição, o Cristo nos abriu o Paraíso, que por nós mesmos, jamais mereceríamos.

O mistério da comunhão com Deus e com todos os que estão em Cristo supera a nossa compreensão e imaginação.  São Paulo deixou isso bem claro na Epístola primeira aos Coríntios ( 1Cor 2, 9 ): “o que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e o coração do homem não percebeu, isso Deus preparou para aqueles que O amam”.

Como se vê, o Céu não é um “lugar”, mas sim um “estado” da alma.

O Purgatório -: Aqueles que morrem na graça e na amizade com Deus, mas não estão completamente aptos à Sua presença, necessitam de purificação, embora tenham garantida a sua salvação. A Igreja denomina Purgatório esta purificação final, que é diferente, sob todos os aspectos, do castigo dos condenados.

 

O Purgatório tem sua existência fundamentada nas próprias Palavras de Cristo, quando afirma, em Mt 12, 31: “. . .  Se alguém blasfemar contra o Espírito Santo, esta falta não lhe será perdoada, nem neste século, nem no século futuro”.  Ora, se algumas faltas podem ser perdoadas, mesmo no “século futuro” (após a morte), isso é sinal de que, mesmo tendo que pagá-las, seremos perdoados.

A oração dos irmãos por aqueles que já morreram e estão na purificação é recomendada pela Igreja, bem como o Sacrifício Eucarístico nas missas, celebradas em sua intenção. Para os que dizem que nada adianta, pois já foram julgados, é preciso não esquecer que, para Deus, não existe passado, presente e nem futuro. Por isso, no momento da morte, no Juízo Particular, tudo que for pedido em intenção daquela alma, mesmo depois de muito tempo de sua morte, será a Deus apresentado. Isso ajuda, e muito, a purificar as almas. A Igreja recomenda também as obras de caridade e as penitências em favor dos defuntos.

 

O Inferno -: “Aquele que não ama, permanece na morte. Todo aquele que odeia seu irmão é homicida, e sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna em si”.

(1Jo 3, 15).  Não podemos estar com Deus se não o amamos, e não o amaremos se pecamos gravemente contra Ele, contra o nosso próximo ou contra nós mesmos. Cristo adverte-nos que seremos separados dele se deixarmos de ir ao encontro das necessidades graves dos necessitados e dos pequenos, seus irmãos.

Morrer em pecado mortal, sem haver se arrependido dele, e sem acolher a Deus, por livre opção, significa estar separado para sempre. Como se vê, Deus não condena ninguém; nós próprios é que nos condenamos. É a este estado de exclusão definitiva da comunhão com Deus e com os santos que se designa por “inferno”.

Jesus fala muitas vezes da geena, do fogo que não se apaga, reservado aos que se recusam, até ao fim da vida, a crer e a converter-se.  O Evangelho de Mateus nos dá 2 exemplos claros das palavras do Cristo:

“Enviarei os meus anjos, e eles apanharão todos os escandalosos, todos os que praticam a iniquidade, e os lançarão na fornalha ardente” (Mt 13 ,41 – 42).

                 E também: “Afastai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno”, (Mt 25, 41). A pena principal do inferno consiste na separação eterna de Deus, e a essa separação alma alguma poderá resistir sem desespero, pois todos fomos criados para a união final com o Criador. A existência real do inferno, que não é apenas uma invenção da Igreja para dominar o povo, como dizem muitos, mas sim uma possibilidade que existe, deve mostrar para os homens o seguinte:

1- O inferno é, antes de tudo, um chamado à nossa responsabilidade, com vistas à maneira pela qual usamos a nossa liberdade;

2- O inferno constitui, também, um apelo insistente para a conversão do ser humano, já que ela é indispensável à salvação.

Em Mt 7, 13 – 14, Jesus nos adverte: “Entrai pela porta estreita, porque largo é o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ele. Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos são aqueles que os encontram”.

Como já foi dito, Deus não predestina ninguém ao inferno; para isso tem que existir uma necessária aversão voluntária a Deus (um pecado grave), e nela persistir até o fim, por livre opção.  

 


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